quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Mozart da Física acredita que os jovens vão mudar o mundo

Tinha apenas 14 anos quando criou um reator de fusão nuclear na garagem de sua casa. Na altura, tornou-se a pessoa mais jovem do mundo a fazê-lo em toda a história da ciência. Atualmente, com 18 anos, é considerado o Mozart da Física e acredita que os jovens vão mudar o mundo. 

Taylor Wilson é um adolescente norte-americano apaixonado por radioatividade. Quando tinha 10 anos, sabia todos os números atómicos, massas e pontos de fusão dos elementos da tabela periódica. Aos 13, começou a desenvolver um reator nuclear cuja atividade física se assemelha ao que acontece no interior do sol.

Atualmente, tem 18 anos e é considerado pela "World Records Academy" o cientista nuclear mais jovem do mundo. "Quando seguro alguma coisa assim tão radioativa tenho uma sensação indescritível, assim como quando estou com a minha namorada", descreveu Taylor, numa entrevista à CBS News.

Começou a ler sobre física nuclear no quinto ano e no sexto fez uma apresentação sobre o assunto que surpreendeu os professores e a família. "Não fazia ideia do que é que ele estava a falar", confessou o seu pai.

O pai, um funcionário da Coca-Cola, foi alimentando a curiosidade de Taylor e, quando este tinha apenas 11 anos, procuravam por urânio no deserto do Novo México e compravam frascos de plutónio na Internet.

"Não há nada impossível para mim"

Aos 13 anos, decidiu que queria construir um reator de fusão nuclear. "Queria produzir fusão nuclear", diz Taylor. "É a minha personalidade, penso que consigo fazer coisas... Não há nada impossível para mim".

Começou o projeto na garagem de sua casa, mas foi na Academia Davidson, escola para crianças sobredotadas onde é atualmente finalista, que o jovem terminou o seu reator.

Ao longo do seu percurso no mundo da ciência, Taylor Wilson foi premiado nove vezes. Em maio de 2011, recebeu o prémio de "Jovem Cientista Intel" por construir um modelo económico e altamente sensível de deteção de substâncias radioaticas, em pequenas quantidades.

O equipamento é importante no combate ao terrorismo porque impede que grupos radicais passem, clandestinamente, materiais radioativos que são usados na construção de explosivos.

"É incrivelmente barato, e por ser incrivelmente barato pode ser utilizado por toda a América e por todo o mundo, criando várias linhas de defesa, por todo o lado", explica Taylor.

Taylor explicou a Obama como mudar o mundo

Em fevereiro deste ano, participou na segunda edição de um evento anual organizado pela Casa Branca - A Feira de Ciência. Um grupo de 100 jovens promissores foi recebido pelo presidente Barack Obama e Taylor teve a oportunidade de apresentar ao presidente dos EUA as suas ideias para mudar o mundo.

Além de continuar os estudos na Academia Davidson, o jovem trabalha com aUniversidade de Nevada e presta aconselhamento e coopera com o Departamento de Segurança Interna e com o Departamento da Energia dos EUA, em matérias relacionadas com a radioactividade.

"Sou obcecado com radioatividade", disse numa entrevista para a "World Records Academy". "Não sei porquê, talvez porque existe um poder nos átomos que não conseguimos ver".

Wilson foi a pessoa mais nova do mundo, em toda a história, a criar fusão nuclear e a 31ª a fazê-lo em privado, fora do controlo do governo e da indústria.

Uma vida de ideias

O jovem, que vive com a família em Reno, no Estado de Nevada, está também a trabalhar numa cura para o cancro. "Tenho centenas de ideias, uma vida inteira não é suficiente para cumpri-las", confessa.

Taylor acredita que a sua juventude é um trunfo. "Os jovens ainda não foram expostos à burocracia da ciência a nível profissional, estão muito mais abertos a experimentar coisas".

Numa apresentação que fez numa conferência da TED (Technology, Entertainment and Design), uma organização sem fins lucrativos dedicada a "ideias que vale a pena espalhar", Taylor Wilson defendeu que os jovens devem ser levados a sério e podem fazer a diferença no futuro do planeta.

"Comecei com um sonho (...) e acabei a desenvolver coisas que acho que podem mudar o mundo e acredito que os outros jovens também o conseguem".

Fonte: JN online