quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Escritor Alexis Jenni venceu o Prémio Goncourt

Alexis Jenni, revelação da rentrée literária deste ano em França, recebeu o Prémio Goncourt pelo livro "L’Art français de la guerre", publicado pela Gallimard. Jenni, de 48 anos, é um professor de biologia de Lyon até agora desconhecido no mundo das letras.
Há muito tempo que Alexis Jenni escrevia “por prazer”, mas só este ano é que lançou o seu primeiro livro, um romance que se passa na Indochina e na Argélia. O autor chama-lhe “a guerra de vinte anos”, período que vai de 1940 até à independência da Argélia, passando pela guerra na Indochina. A France Presse descreve-o como um fresco de 630 páginas, uma epopeia que “evoca a omnipresença dos vinte anos de guerras coloniais nos espíritos de hoje” e “questiona a identidade nacional” francesa.
E apesar do “efeito bomba” (a expressão é da imprensa francesa) que o livro provocou em França, catapultando o autor directamente para a lista dos favoritos ao Goncourt, Jenni é descrito pelo Le Point como uma figura “nos antípodas” dos escritores estrela, com aura de rebeldes como Michel Houellebecq, vencedor do Prémio Goncourt em 2010. Jenni, que tem origens suíço-alemãs, diz que sempre se considerou um “escritor de domingo”. “Sou modesto, o que é um handicap um pouco ridículo, eu sei”, escreveu no seu blogue desenhado, intitulado “Voyages pas très loin”.
O prémio Renaudot, tradicionalmente atribuído ao mesmo tempo que o Goncourt, foi para Emmanuel Carrère por "Limonov", retrato de Eduard Limonov, "ídolo undergound no tempo de Brejnev, vagabundo em Nova Iorque, escritor em Paris e fundador de um partido ultranacionalista na Rússia", descreve a AFP.