domingo, 17 de outubro de 2010

Plano Nacional de Leitura ultrapassou rede escolar

O comissário do Plano Nacional de Leitura, Fernando Pinto do Amaral, sublinhou, em Lisboa, que, ao fim de quatro anos de existência, o projecto "ultrapassou largamente a rede escolar para envolver as famílias e bibliotecas" municipais.
O responsável falava durante a sessão de abertura da IV Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura (PNL) "Ler+", que vai decorrer na Fundação até sábado, dedicada ao tema "Ler no século XXI - Livros, leituras e tecnologias".
Num balanço dos quatro anos do PNL, Pinto do Amaral sublinhou o "esforço" desenvolvido pelas parcerias com várias entidades, entre elas fundações como a Gulbenkian, e 200 autarquias do país.
"Os diversos programas do PNL envolveram mais de um milhão de crianças e jovens", destacou o comissário sobre o trabalho desenvolvido.
No auditório, onde estava presente a ministra da Educação, Fernando Pinto do Amaral defendeu que "a escola deve ser um dos lugares privilegiados para a promoção da leitura".
O escritor sublinhou que "cada texto que se lê amplia os horizontes de reflexão" e, por outro lado, "as palavras têm um efeito de transformação que começa no íntimo de cada pessoa e estende-se aos que a rodeiam, num movimento em cadeia".
Sobre esta IV Conferência Internacional do PNL, destacou que, num momento em que se está prestes a entrar na segunda década do século XXI, o encontro debaterá "temas decisivos" na área da leitura na actualidade: os novos suportes de leitura e as políticas públicas de alfabetização.
Também presente na sessão de abertura do encontro, Fabíola Abreu Afonso, directora da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, assinalou que as novas tecnologias "não constituem uma ameaça ao livro, devem antes ser encaradas como novas potencialidades para a leitura".
Por seu turno, Isabel Alçada, ministra da Educação, sublinhou que o objectivo central do PNL é que "a leitura e a escrita sejam um bem essencial e acessível a todos".
Ressalvou que, "apesar das estratégias e resultados diferentes neste processo de aprendizagem, a leitura e a escrita devem ser uma constante ao longo da vida".
Perante uma vasta audiência que surgiu na Gulbenkian para ouvir os conferencistas, a governante indicou que já tomou conhecimento dos resultados do estudo de avaliação externa do PNL.
"Verifiquei a dinâmica dos vários projectos que o envolvem. Os resultados são encorajadores e convidam-nos a prosseguir", comentou a ministra.
O estudo foi realizado por António Firmino da Costa, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia/Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE), e será apresentado na conferência no sábado, às 12:30, seguindo-se o encerramento do encontro.