quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Encontro de formação "Rumo ao Futuro...com Alemão! – Práticas, Sugestões e mais…”

Este encontro de formação vai decorrer na Escola Secundária Dra. Laura Ayres, Quarteira, nos próximos dias 2 e 3 de Março.

Tendo em conta a necessidade de formação dos professores de Alemão, a APPA (Associação Portuguesa de Professores de Alemão) está a organizar, em colaboração com o Goethe-Institut, um Encontro de Formação no Algarve, subordinado ao título “Ab in die Zukunft…mit Deutsch! – Unterrichtstipps und mehr…” ("Rumo ao Futuro... com Alemão! - Práticas, sugestões e mais...").

Este encontro de formação, com um total de 15 horas, proposto ao Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua para acreditação, vai decorrer na Escola Secundária Dra. Laura Ayres, na Quarteira, nos próximos dias 2 e 3 de Março e destina-se a todos os professores de Alemão.

Documentos adicionais:
Convite e programa do encontro de formação: ConvitePrograma_EncontroFormacao.pdf (578,17KB)

Fonte: DREC

Concurso "Um poema para Torga" - Integrado nas Comemorações do Dia Mundial da Poesia

Este concurso é dirigido aos jovens do 1.º Ciclo do Ensino Básico ao Ensino Secundário e ao público em geral.

A Câmara Municipal de Coimbra convida, através do Departamento de Cultura, as escolas do concelho e os munícipes, em geral, a participar no Concurso Um Poema Para Torga, que objectiva criar poemas originais sobre Miguel Torga.

Os poemas a concurso serão submetidos a uma avaliação, por um júri designado pelo município, e apresentados, pelos autores, numa tertúlia que decorrerá no dia 21 de Março (Dia Mundial da Poesia), às 18h00, na Casa-Museu Miguel Torga.

Os interessados em participar no concurso devem remeter os seus poemas (identificados com nome/nome da escola, se for o caso/contacto telefónico/endereço electrónico) até ao dia 13 de Março, com recurso aos seguintes meios, em alternativa:

- Por via electrónica: cultura@cm-coimbra.pt

- Por via postal (com data limite de carimbo dos CTT de 13 de Março) para: Casa Municipal da Cultura; Rua Pedro Monteiro; 3000-329 Coimbra.

Nota: O júri terá em consideração os seguintes critérios de avaliação:

• Correção da escrita

• Riqueza do conteúdo

• Originalidade da linguagem

Serão entregues certificados de presença e oferecidas obras de Miguel Torga aos vencedores.

Informações: Casa Municipal da Cultura (Telef. 239702630) ou Casa Museu Miguel Torga (Telef. 239781345)
Fonte: DREC

Conferências Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

Estas conferências realizam-se nos dias 7 e 9 de março no anfiteatro da Faculdade de Psiclogia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra.

"Teaching Writing Strategies - The State of the Art" (O ensino de estratégias de escrita - situação atual) - 7 de Março 16:30
"Evidence-based Practices In Writing" (Práticas de escrita eficazes) - 9 de Março 14:30
Local: Auditório da FPCEUC - Entrada Livre

Documentos adicionais:
Cartaz: Conferências Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra: Conferencia_Psicologia_UC.pdf (1379,73KB)
Fonte: DREC

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VI edição do "Prémio Literário José Luís Peixoto" 2012 — Poesia

É um Concurso de âmbito internacional, aberto a cidadãos de nacionalidade portuguesa, e ainda a cidadãos naturais e/ou residentes em países de língua oficial portuguesa.


Para além de homenagear o patrono do prémio, José Luís Peixoto, natural do Concelho de Ponte de Sor, o mesmo tem como objectivo incentivar a criatividade literária entre os jovens, bem como o gosto pela leitura.
Neste contexto, a Câmara Municipal de Ponte de Sor promove a VI edição do "Prémio Literário José Luís Peixoto" em 2012 que, por ser par, e segundo o Regulamento, se destina a premiar trabalhos inéditos na modalidade de poesia.


Podem concorrer jovens que completem 25 anos de idade até ao dia 31 de Dezembro de 2012.
Os candidatos devem fazer chegar os seus trabalhos, dirigidos ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Largo 25 de Abril, 7400-228 Ponte de Sor, impreterivelmente, até ao dia 30 de Abril de 2012.

Quaisquer esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos através dos seguintes contactos:
Tel.: 242 292 070 — FAX: 242 292 076
e-mail bibliotecapontesor@gmail.com

Para informação mais detalhada, consulte o site da Município de Ponte de Sor: www.cm-pontedesor.pt e no blog da Biblioteca Municipal de Ponte de Sor: bibliotecapontesor.wordpress.com


Documentos adicionais:
Regulamento do Prémio Literário "José Luís Peixoto": Regulamento_PremioLiterarioJoseLuisPeixoto.pdf (369,13KB)
Fonte: DREC

O telemóvel também serve para combater a discriminação

"Se o meu telemóvel voasse" foi o título escolhido para o concurso que o Centro de Estudos, Documentação e Informação sobre a Criança do Instituto de Apoio à Criança está a promover junto das escolas do 1.º ciclo ao secundário de todo o país. O escritor José Fanha teve a ideia e o Instituto de Apoio à Criança (IAC) quer mostrar que o telemóvel não é um instrumento proibido dentro dos portões da escola, quando usado convenientemente e de maneira construtiva. Neste concurso, o telemóvel tem livre trânsito, ou seja, é a ferramenta a utilizar para tirar fotografias e fazer filmes que ilustrem o tema "Direito à diferença - Eu mais tu". Os trabalhos têm de estar prontos até 31 de maio.

O combate à discriminação é um ponto expresso na Convenção sobre os Direitos da Criança e tudo começa por esse artigo. O IAC pretende que os alunos de várias idades usem o telemóvel, esse instrumento multifacetado que faz parte do quotidiano juvenil, para ligarem a imagem à palavra, desenvolverem formas de expressão contemporânea e, acima de tudo, exprimirem valores relativos à multiculturalidade e ao direito à diferença. Para isso, os participantes têm de aprender a construir um guião para contar uma história.

O concurso está aberto a alunos de todas as escolas públicas e privadas, do 1.º ciclo ao secundário. Cada nível de ensino corresponde a uma categoria a ser premiada. No 1.º e 2.º ciclos, os alunos podem criar grupos com três a cinco elementos, no 3.º ciclo e secundário com dois a cinco. Cada projeto deve ser acompanhado por um professor ou encarregado de educação. A criatividade, a originalidade, a qualidade do guião, a capacidade de interligação entre imagem e palavra e o empenho dos alunos são os principais critérios de avaliação - itens a que o júri terá a máxima atenção. Essa avaliação estará nas mãos de uma equipa constituída pelo autor do projeto, representantes do IAC, do Ministério da Educação e das empresas patrocinadoras, mais um professor de Educação Visual e outro de Língua Portuguesa.

Os participantes do 1.º, 2.º e 3.º ciclos têm de contar uma história através de seis fotografias tiradas com o telemóvel, unidas por um texto narrativo ou poético complementar. O texto deve funcionar como um complemento às imagens e não como uma mera legenda. Os alunos do secundário são desafiados a construir um percurso visual através de um pequeno filme acompanhado por palavras que "o iluminem e tornem o seu sentido mais vasto e diverso, a partir de um guião". O IAC pretende que os estudantes consigam "mostrar a contradição e complementaridade dos contrários e do seu jogo visual, físico e simbólico".

A organização fornece pistas para os trabalhos. Motivos de inspiração. O 1.º ciclo pode juntar coisas diferentes para ver o que resulta daí porque tudo é possível nas palavras, nas fotografias, nos desenhos. Os mais pequenos podem, por exemplo, casar uma piriquita com um leopardo, juntar um pepino com uma cenoura, ou escutar as conversas do sapato do pé esquerdo com o sapato do pé direito debaixo da cama. O mote "O rio que corre na minha aldeia, o rio que corre na tua aldeia", inspirado num poema de Fernando Pessoa, pode servir de arranque para os alunos do 2.º e 3.º ciclos. Os rios das duas aldeias são importantes juntos, desaguam no mar que banha tantos países.

Os contrários e a sua complementaridade. O preto e o branco, o eu mais o tu, sem preconceitos. No secundário, os estudantes podem justapor diferenças, juntar opostos. "Eu mais tu de braço dado, eu mais tu de mão dada, eu mais tu juntando pedrinhas, músicas, sonhos, desejos e olhares diferentes, eu mais tu podemos fazer uma camisola de palavras mais feliz para aquecer o nosso mundo." É só pensar e trabalhar.

Cada projeto vencedor em cada escalão ganha 250 euros em cheque-prenda que serão distribuídos equitativamente por cada elemento da equipa. A escola do grupo vencedor também é presenteada com um prémio em livros. Os resultados serão divulgados no site do IAC até 30 de junho e os prémios entregues entre 1 e 10 de julho.

Informações:
http://www.iacrianca.pt/
Fonte: Educare

O Acordo 20 anos depois

A minha adesão pessoal ao Acordo Ortográfico (AO) tem a ver simultaneamente com confiança e humildade. Confio na sabedoria de quem o fez (não na sua infalibilidade) e sou suficientemente humilde para reconhecer que muitos aspetos que dizem respeito à etimologia e à fonética, tais como outros menos relevantes para este caso, me escapam. Além da confiança e respeito por nomes como Lindley Cintra ou António Houaiss, de que não vejo muita gente comungar, mas antes desprezar, dediquei eu próprio algum tempo ao assunto. E, uma vez que faço da escrita a minha profissão há mais de 30 anos, penso ter algo a dizer.

Rodrigues Lapa, que foi um mestre da língua portuguesa, filólogo distinto, sustinha que as mudanças de ortografia eram sempre violentas. Esta asserção é hoje inteiramente justificada pela quantidade de pessoas que apenas se opõem ao Acordo 'porque sim' - sem quaisquer argumentos.

A verdade é que ninguém se conforma, depois de ter sido obrigado a pôr um p em ótimo, agora lhe dizerem que afinal esse p (no qual nunca encontrou utilidade) não faz falta. Há quem argumente com esse pai tirano, o latim, e com a etimologia da palavra optimus. A palavra sem o p perderá a identidade. Alguns enxofram-se e dizem que lhes matamos o português! Mas qual português, Santo Deus (ou melhor diria Sancto Deus?). O português do assucar ou do açúcar? O de Viseu ou Vizeu?

Philosophia, pharmacia ou phleugma também terão perdido essa identidade (para filosofia, farmácia e fleuma)? Ora, o facto de o phi grego deixar de se distinguir do f na grafia não me parece ter provocado dano ao idioma. Mas há, insistem, o problema do fechamento das vogais. Ou seja, a mania portuguesa (que não brasileira, angolana ou moçambicana) de comer as vogais. Este argumento é o que afirma que passaremos a dizer aspêto em vez de aspéto, uma vez que a retirada do c fecha a vogal. Pode parecer um argumento poderoso, mas não é. Não dizemos Mêlo desde que o apelido deixou de se escrever Mello (Vasconcellos ou Sampayo também se dizem do mesmo modo).

Reparem - e repare o excelente poeta e tradutor, a quem o texto é dedicado - que a forma de acentuar nada ou pouco tem a ver com o modo de escrever, mas sim com o modo de ouvir. Logo ele, que nasceu na Foz do Douro, bastava-lhe andar até à Ribeira para ouvir dizer Puârto e muitas outras coisas que foram morrendo com a voragem unificadora fonética da televisão. No norte dizia-se baca sendo a palavra com v; e o macho da baca era o voi apesar de lá estar um b. Mais estranho: em Lisboa sempre se disse contiúdo apesar do e, ao contrário de Coimbra e Porto onde se diz contêúdo. Em Lisboa, ôito, dezóito, vinte e ôito; no Porto, óito, dezôito e vinte e óito. E sempre se escreveu da mesma forma... Aliás, segundo a professora Maria Helena da Rocha Pereira, o fechamento das vogais pré-tónicas começou em Portugal em finais do século XVII ou princípios do século XVIII - ainda não havia acordos nenhuns.

Agora, se me perguntarem por que razão em 1911 pae passou a pai e mãi passou a mãe (como até hoje se escreve) não sei dizer, do mesmo modo que me irrita o espetador no acordo atual. Mas a propósito daqueles que juram que 'espetador' não distingue o que assiste a um espetáculo de um picador de gelo, refiro a frase: senti os pelos eriçarem-se pelos braços. E eis que toda a gente compreende onde está o quê. Ainda sobre confusões e fechamentos e aberturas de vogais, vejam a frase: 'Gosto particularmente do teu gosto' - quando a leem dizem (pelo menos os cultos, como o presidente do CCB) gósto e gôsto instintivamente. Como em 'Faz força e força aquela porta' sabem que primeiro é fôrça e depois fórça.

Permitam-me, ainda, referir que, durante a minha vida, sòzinho ou sòmente perderam o acento. Pois bem, nunca notei qualquer inflexão (para suzinho ou sumente) no modo de pronunciar aquelas e muitas outras palavras (advérbios de modo e diminutivos) a que aconteceu o mesmo.

Há ainda os que afirmam não gostar do acordo por razões estéticas. É aceitável. Mas a ortografia, sendo uma representação, não pode agradar a todos, e menos ainda reproduzir a pluralidade (e até pessoalidade) de pronúncias e modos de dizer. Exigi-lo seria como pedir a um pintor que pintasse o céu não como ele o vê, mas como cada um de nós, pessoalmente, o vê. Tarefa impossível.

Posto isto, o AO é importante porque aproxima da fonética uma série de palavras. E fá-lo, pela primeira vez, em função de um idioma que, sendo português, é também propriedade, matriz e identidade de outros povos e de outras latitudes. Cedemos? Não sei, nem me importa. Não quero uma língua para me distinguir do Brasil. Prefiro uma que me aproxime. E quem diz Brasil, que tem 200 milhões de falantes, diz naturalmente Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Timor.

Respeito o argumento de que a língua deve evoluir por ela, sem intervenção governamental. Creio, no entanto, que deve haver uma única e determinada ortografia nos manuais escolares e nos documentos. Ainda que cada escritor (como cada editora ou jornal) prefira o seu modo de escrever (Pessoa nunca respeitou o acordo de 1911), a ortografia escolar e oficial não pode ser espontânea nem à vontade do freguês. Acrescento que, curiosamente, nenhum de nós (ou quase) lê Pessoa (nem Eça, nem Camilo, nem sequer Aquilino ou Nemésio) na ortografia que os autores escolheram, assim como, apesar de usarmos a língua de Camões, há muito que não grafamos as palavras como ele ("Armas & os barões" ou "Occidental praya"). Quero com isto dizer que um jornal, uma editora, um escritor ou um Centro Cultural de Belém que não adira ao AO, ver-se-á, a breve prazo, a braços com uma escrita anacrónica... E um dia, tal como Pessoa ou Camões, será lido com a ortografia que então estiver em vigor.

Eis porque fui um dos entusiastas, na altura como diretor do Expresso, da utilização do AO nas publicações do Grupo Impresa. Eis porque não aceito que uma lei discutida durante mais de 20 anos seja constantemente colocada em causa. Ou que os opositores do AO esqueçam sistematicamente que a forma como escrevem resulta também de um AO imposto por lei.

Não vale a pena pensarmos que cada geração tem a pureza da grafia. O que pensar de Marco Túlio Tiro que, para poder transcrever os discursos de Cícero, abreviou diversas palavras com sinalética que até hoje usamos (etc., v.g., e.g.). Talvez o mesmo que muitos pensam das abreviaturas feitas pelos jovens nos telemóveis e redes sociais. E, no entanto, é a grafia que tem de estar ao serviço da comunicação - não o contrário.

Acirrar ânimos, insultar adversários, fazer juras solenes em torno de uma simples representação do nosso idioma faz-me lembrar aquele padre tio de Brás Cubas que o genial Machado de Assis (e não por acaso cito um autor brasileiro que devia ser mais lido em Portugal) descreve assim: "Não era homem que visse a parte substancial da igreja; via o lado externo, a hierarquia, as preeminências, as sobrepelizes, as circunflexões. Vinha antes da sacristia do que do altar. Uma lacuna no ritual excitava-o mais do que uma infração dos mandamentos". (E aqui, a palavra infração segue o modo como ele a escreveu... em 1881).

Defender que o fim das consoantes mudas altera o modo de acentuar as palavras é desconhecer que dizemos as palavras tal e qual as ouvimos dizer e não como as vemos grafadas. Só assim se explica a forma diferente de dizer inúmeras palavras, (como conteúdo, dezoito) a troca dos vês pelos bês ou a diferença entre lixo e fixo

Não lemos os autores portugueses com a ortografia que eles escolheram. De Camões a Pessoa, de Bernardim Ribeiro a Eça, todos são vulgarmente lidos na ortografia atualmente em vigor (e que vem essencialmente de 1911). A guerra em torno do Acordo é inútil, anacrónica e, sobretudo, nada tem a ver com uma mítica pureza da língua que é algo que nunca existiu

Henrique Monteiro
 
Texto publicado na revista Atual da edição impressa do Expresso de 18 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Internet e Redes Sociais : Tudo o que vem à Rede é Peixe?




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Fonte: Crianças a torto e a direitos

Livro Branco da Juventude: Convite à participação



Por iniciativa da Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude está a decorrer, até 29 de fevereiro, uma recolha de contributos para a área da juventude através da plataforma online:
http://microsites.juventude.gov.pt/Portal/LBJ.

Objetivo

Recolher contributos para a elaboração de um documento a nível nacional que defina uma estratégia global e um plano de ação na área da Juventude, à semelhança dos Livros Brancos da Comissão Europeia.

Quem pode contribuir?

Jovens, associações de estudantes e organizações de juventude, em geral.
São aceites contributos singulares e de entidades.

Como participar?

Na plataforma online, podem ser apresentadas ideias de forma global ou setorial:

Global – envio de documento com todas as ideias, de forma global;

Setorial – envio de documento com ideias por cada setor:

Educação e Formação,

Emprego e Empreendedorismo,

Participação Cívica,

Emancipação Jovem,

Mobilidade,

Prevenção Rodoviária,

Saúde, prevenção dos comportamentos de risco,

Meio Ambiente,

Cultura, Inovação e Criatividade,

Voluntariado,

Inclusão Social,

Habitação,

Solidariedade Intergeracional,

Jovem Português no Espaço Europeu e no Mundo,

Associativismo,

Combate à desigualdade de Oportunidades.

Fonte: DREC

2.º Encontro Regional TIC&1ºCEB: Os Novos Desafios

O 2.º Encontro Regional realiza-se no dia 3 de Março, na sede do Agrupamento de Escolas "A Lã e a Neve", na Covilhã.


Com o objetivo de partilha e disseminação de boas práticas, vai ter lugar, dia 3 de Março, na sede do Agrupamento de Escolas "A Lã e a Neve", na Covilhã, o «2.º Encontro Regional TIC&1ºCEB: os novos desafios», organizado pelo ccTICuA e por este Agrupamento de Escola.
A jornada de trabalho está organizada numa sessão de apresentações e demonstrações de projetos de utilização das TIC neste ciclo de ensino, na parte da manhã, e sessões práticas, de workshops diversos, da parte da tarde.
De salientar a presença do Coordenador nacional da Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas, Dr. José Victor Pedroso e de outros elementos da ERTE e Centros de Competência do país.

A participação no encontro é gratuita mas a inscrição é necessária. Os workshops estão limitados às primeiras 20 inscrições.
Para informações suplementares, consulte o programa do encontro
Fonte: DREC

Uma reforma para despedir professores?

O processo de consulta pública da revisão curricular dos ensinos básico e secundário fechou a 31 de janeiro com mais de 950 contributos de várias entidades e organizações. Em março, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) apresentará a versão final do documento que será aplicado nas escolas no próximo ano letivo. O assunto não é pacífico e esteve em análise na Assembleia da República. Os deputados da oposição veem nas alterações propostas pela tutela uma forma de despedir professores, uma vez que haverá menos disciplinas no horário.

Oposição e Governo não estão de acordo sobre vários pontos da matéria. Há, portanto, divergências. PS, PCP, BE e PEV têm muitas dúvidas se o modelo funcionará e temem que a contenção orçamental mexa na vida de muitos professores. O PS discorda do desaparecimento da Formação Cívica e da mudança de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o 2.º ciclo. O PCP tinha pedido a suspensão da revisão curricular, mas não conseguiu. "Esta é uma política de empobrecimento da escola pública, que significa um retrocesso civilizacional de décadas", sustentou o deputado comunista Manuel Tiago na Assembleia da República. O BE considera que a revisão curricular "é uma espécie de corta e cola", ou seja, "tira umas horas e umas disciplinas aqui e coloca outras ali", e defende que o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão consultivo do ministério de Nuno Crato, deve avaliar a matriz curricular em vigor.

A maioria PSD-CDS garante que o processo foi democrático e muito participado. O executivo de Passos Coelho rebate as críticas e assegura que vai ouvir o que o CNE tem a dizer sobre o assunto. "O Governo tem um mandato para governar, fez uma proposta e colocou-a em discussão pública, é difícil imaginar um modelo mais democrático", realça o deputado do CDS-PP Michael Seufert. Desde 2004 que as propostas de revisão curricular não eram colocadas em discussão pública, o que aconteceu com a entrada de Nuno Crato no Ministério. Para o PSD, é lamentável que a Oposição tente suspender o processo, que apenas critique e não apresente sugestões e projetos.

A reforma do sistema curricular dos ensinos básico e secundário tem motivado várias iniciativas. Uma delas é uma carta aberta, assinada por mais de 40 artistas e intelectuais, que pede que a disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT) não sofra qualquer redução na carga horária. O Governo admite que EVT deixe de ser lecionada no 9.º ano, que se divida em duas e que deixe de ser ensinada por dois professores. "As disciplinas que constituem a Educação Artística e Tecnológica estão presentes cada vez mais no dia a dia do mundo, em cada segundo, em qualquer lado que estejamos", lê-se na carta redigida pela artista plástica Ana Silva e Sousa.

O documento fala ainda numa "grande falha na aposta e falta de visão" que remetem os artistas contemporâneos nacionais para o esquecimento. Os escritores Alice Vieira e Jacinto Lucas Pires, a estilista de moda Ana Salazar e o filósofo José Gil são alguns dos nomes que subscrevem a carta dirigida a Nuno Crato.

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) decidiu manter em aberto a discussão sobre a reforma da estrutura curricular. "Será uma forma de continuar a aprofundar a reflexão sobre o tema e, simultaneamente, pressionar o Ministério no sentido de não avançar com uma medida que tem por único objetivo despedir professores ainda que empobrecendo os currículos escolares", escreve na sua página da Internet.

Além da mobilização dos professores para participarem na manifestação nacional, marcada para este sábado no Terreiro do Paço em Lisboa, a FENPROF colocou na sua agenda uma vigília contra o desemprego e a precariedade para 24 de fevereiro, junto ao MEC. A vigília começará pelas 15h00 e terminará ao meio-dia de 25 de fevereiro. A iniciativa surge em "protesto contra estes dramas que se abatem sobre os profissionais docentes de uma forma cada vez mais violenta". Paralelamente, a FENPROF vai pedir uma reunião ao MEC para pedir medidas concretas que previnam a indisciplina e punam a violência nos espaços escolares.

A Federação Nacional da Educação (FNE) considera que a reforma curricular é "conjuntural, episódica e voluntarista". No parecer que elaborou sobre a proposta-base da revisão curricular, a estrutura defende que uma reforma desta dimensão "não se pode confinar a um mero exercício de somas e subtrações de tempos letivos, particularmente se estas opções tiverem por única fundamentação a preocupação de redução de custos em termos de recursos humanos". Na sua opinião, falta sustentação que deveria ter sido colocada nas mãos de uma "autoridade técnica independente e reconhecida".
Sara R. Oliveira
Fonte: Educare

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Alunos do secundário obrigados a fazer todos os exames na 1ª fase

Alunos do 12.º ano têm menos tempo para prepararem as provas. Tutela quer que os exames sejam este ano mais exigentes 

Menos tempo para se preparem para os exames e também provas mais exigentes são as dificuldades que os alunos vão ter de ultrapassar este ano. Até agora, os estudantes do secundário que quisessem seguir para o ensino superior podiam escolher a época de exames mais conveniente para fazer as provas – Junho ou Julho. A partir deste ano lectivo, as novas regras ditam que todos os exames têm de ser realizados entre 18 e 26 de Julho (1.ª fase).

O despacho da secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário é claro: os alunos que faltarem à 1.ª fase “não são admitidos à 2.ª fase.” A 1ª chamada sempre foi obrigatória para todos, mas quem não comparecesse ficava automaticamente inscrito na segunda fase. Essa benesse acabou, o que significa que, se “antes os alunos tinham a hipótese de se prepararem para um exame de cada vez, agora vão ter de estudar para dois em simultâneo”, alerta Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associação de Pais (Confap).

A 2ª fase fica agora reservada aos que reprovarem ou quiserem melhorar as notas dos exames realizados em Junho. Resta ainda esperar pela legislação que regulamenta as provas nacionais para saber o que acontece com os alunos que, além das provas do 12.º ano, se candidatam também a melhoria de nota nas disciplinas do 11.º ano. Luís Caetano, dirigente da Associação de Pais da Secundária Alves Martins, em Viseu, alerta para a necessidade de o Ministério da Educação ter de acautelar os casos dos estudantes que pretendem subir as notas do 11º ano para aumentar as hipóteses de entrar no ensino superior: “Esperemos que a tutela, quando afixar o calendário final, tenha em atenção que um aluno nestas condições pode vir a fazer quatro exames em oito dias.”

Esta alteração, segundo a tutela, antecipa a afixação das pautas e os pedidos de reapreciação das provas, possibilitando ainda publicar mais cedo os resultados das candidaturas ao ensino superior. Menos tempo para a preparação dos exames não é, porém, a única preocupação a ter em conta, avisa Albino Almeida. “A tutela advertiu o Gabinete de Avaliação Educacional para não fazer exames fáceis, mas é preciso que as escolas saibam com urgência quais são as matrizes e grau de dificuldade das provas para que possam preparar os alunos”, avisa o dirigente da Confap, temendo que estas orientações originem o que “aconteceu no ano passado, em que os alunos foram apanhados desprevenidos perante a súbita exigência nas provas”.

Fonte: Jornal I

Blogues escolares premiados com viagens para EUA

O concurso 'Ler em Português' vai premiar professores e alunos de português com viagens a Portugal e EUA os melhores blogues de escolas dos dois países, com conteúdos ligados ao Plano Nacional de Leitura. 

João Caixinha, da Coordenação do Ensino do Português nos EUA (Instituto Camões), adiantou que continuam a ser recebidas inscrições ao longo das últimas semanas e que dezenas de escolas dos dois países já estão a trabalhar na primeira edição deste concurso.

"Pretende-se criar hábitos de leitura e permitir que escolas norte-americanas estejam em contacto com escolas portuguesas", disse o responsável da coordenação, que trabalha junto ao Consulado de Portugal em Boston.

João Caixinha destaca ainda a possibilidade de aproximar as escolas dos dois países, pelo facto de as equipas serem mistas.

Cada equipa será composta por oito elementos - um professor e três alunos portugueses e outros tantos norte-americanos, que terão de ter competências básicas no português e no inglês.

O concurso foi aberto pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Rede de Bibliotecas Escolares e Plano Nacional de Leitura e tem como parceiros as secretarias regionais de Educação de Madeira e Açores, além do Instituto Camões.

A primeira edição tem como tema ‘Liberdade e segurança numa sociedade plural’ e destina-se apenas a escolas secundárias, prevendo-se que o concurso seja alargado também ao básico no próximo ano. 

Cada "blogue" terá de publicar duas entradas (posts) por semana, até 15 de Maio.

As equipas terão ainda de apresentar um trabalho final, em que deverão ser usados preferencialmente os recursos físicos e digitais disponibilizados pelas bibliotecas escolares.

As equipas vencedoras são premiadas com "um programa de intercâmbio entre Portugal e os EUA para conhecer a cultura e os costumes dos dois países, bem como as dinâmicas e os projetos de leitura e literacia desenvolvidos pelas respectivas escolas e bibliotecas escolares", refere o regulamento.

Movimento de oposição ao Acordo Ortográfico cresce em várias frentes

Petições no Parlamento e na Internet, uma queixa na Provedoria de Justiça por "inconstitucionalidade" e uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos são algumas das acções em curso. 

A decisão de Vasco Graça Moura de não aplicar no Centro Cultural de Belém o Acordo Ortográfico (AO) fez reavivar a polémica e avolumar as movimentações contra a introdução definitiva das suas directivas. Hoje, um cidadão vai defender no Parlamento uma petição exigindo um referendo. Continua em curso, e a fazer o seu caminho, a Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) lançada em 2010 com o objectivo de levar à Assembleia da República (AR) um projecto de decreto-lei que suspenda o AO. Há uma nova petição a correr na Internet, que surgiu após o arquivamento, em Maio de 2009, na AR, do manifesto que mobilizou mais de cem mil assinaturas. E voltou agora a ser notícia a queixa que um professor de Direito fez entrar na Provedoria de Justiça, no final do ano passado, invocando a inconstitucionalidade do AO.

Ivo Miguel Barroso, assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, é o autor da queixa, que, segundo o PÚBLICO confirmou, deu entrada em Dezembro na Provedoria de Justiça e está a ser analisada.

O queixoso explicou à Lusa que o AO viola a Constituição, porque esta foi escrita seguindo a ortografia anterior ao acordo aprovado em 1990. Daí que seria necessária "uma revisão constitucional" para que a ortografia da Constituição fosse alterada. "Assinalo, porém, que a Constituição já foi aprovada. As alterações, em sede de revisão, são feitas artigo a artigo. Por isso, só alterando todos os artigos que estão em desconformidade com o AO", adverte Ivo Barroso, segundo a Lusa. E acrescenta que "uma língua não se muda por decreto", além de que considera que o acordo foi elaborado "contra a vontade do povo português" e contra a maioria dos "pareceres técnico-científicos".

Jorge Bacelar Gouveia, professor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, ainda que admitindo que a iniciativa de Ivo Barroso vem "abrir uma nova frente de discussão" sobre o tema, não concorda que a constitucionalidade do AO esteja em causa. "Não se trata de uma revisão da língua, que não muda", argumenta o também presidente do Instituto de Direito da Língua Portuguesa. E nota que o AO "não tem uma dimensão punitiva", continuando os portugueses a poder usar a língua como bem entenderem. Também a constitucionalista e deputada independente pelo PS Isabel Mayer Moreira, salvaguardando não conhecer o teor do requerimento, acha que a ideia da inconstitucionalidade "não colhe". "O que não pode ser alterado são as palavras no seu significante, não na forma. Se se retirar um "c" antes de um "p", isso não altera o significado da palavra", diz.

Outros constitucionalistas contactados pelo PÚBLICO não quiseram pronunciar-se sobre esta questão, ou por desconhecerem os fundamentos da argumentação de Ivo Barroso, ou por a acharam insustentável.

Quem fez questão de recusar qualquer associação entre a queixa na Provedoria e a sua luta contra o AO foi João Pedro Graça, o primeiro subscritor da ILC que continua a cuidar de reunir as assinaturas necessárias para apresentar um projecto de lei na AR que revogue o AO. "Não queremos ter só as 35 mil assinaturas exigidas por lei, mas o máximo possível para fazermos valer a nossa causa", diz o ex-tradutor, que abdicou da sua profissão, e está agora desempregado, por se recusar a trabalhar subjugado pelo AO.

Fonte: Público

35% dos alunos de 15 anos já chumbaram

O relatório Equidade e Qualidade em Educação - Apoiar Estudantes e Escolas Desfavorecidas, elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), adianta que um em cada três alunos portugueses com 15 anos repetiu pelo menos um ano. Portugal é assim um dos países da OCDE com uma das taxas de retenção mais elevadas. França, Luxemburgo, Espanha e Bélgica acompanham o nosso país com mais de 30% dos estudantes na mesma situação. Percentagens elevadas para uma média de 13%. 


Retenções nas escolas significam gastos e no nosso país esse cenário traduz-se em custos diretos superiores a 12% no orçamento escolar. A Holanda é o único país da OCDE que supera Portugal nos custos com os alunos repetentes, com 15% - e tendo os mesmos 35% de estudantes com 15 anos que chumbaram pelo menos um ano. O relatório indica que os custos diretos da repetição de ano em Portugal, Bélgica, Holanda e Espanha "consomem mais de 8% do gasto anual na educação primária [1.º ciclo] e secundária". "Além disso, uma vez que os estudantes que repetem um ano são mais propensos a comportamentos de risco ou abandono escolar, a repetição aumenta os gastos noutros serviços sociais", acrescenta.

Saindo da OCDE, a taxa de reprovação sobe para os 40% no Brasil, onde os custos diretos no orçamento escolar rondam os 9%, e para os 44% em Macau. Não passar de ano tem repercussões nas verbas destinadas ao ensino em qualquer país. "Os custos financeiros da repetição de ano académico são bastante grandes, tanto individualmente como para a sociedade. Os custos diretos para os sistemas escolares são bastante elevados, uma vez que atrasam a educação e a entrada no mercado de trabalho", sublinha o relatório da OCDE.

Portugal está numa posição delicada quanto às repetências, numa altura em que a diminuição do recurso às reprovações é considerada uma medida fundamental para a qualidade da educação. "A retenção dos alunos no mesmo grau de ensino, na sequência de uma avaliação negativa, tem sido uma das principais ferramentas para responder ao fraco desempenho individual", refere-se no documento. As retenções acabam por ser encaradas pelos alunos como um castigo e não como uma oportunidade de melhorarem conhecimentos. E, por outro lado, há estudos que indicam que os benefícios dos chumbos não são tão significativos, até porque há uma desmotivação associada ao facto de trabalhar os mesmos programas pela segunda vez e ao adiamento da entrada no mercado de trabalho. 

O relatório da OCDE revela ainda que mais de 50% dos portugueses com idades entre os 25 e os 34 anos não concluíram o ensino secundário - quando a média ronda os 20%. A elevada percentagem de Portugal só é superada pela Turquia e pelo México com 62%. Do lado oposto, está a Coreia do Sul com apenas 3% dos adultos até aos 34 anos que não terminaram o ensino secundário. E quanto mais a taxa etária estica, mais Portugal fica em pior posição. Cerca de 70% da população portuguesa, dos 25 aos 64 anos, não terminou o 12.º ano de escolaridade, quando a média dos países da OCDE é de 30%. Mesmo assim, o nosso país apresenta uma das maiores taxas de empregabilidade das pessoas que não terminaram o secundário. Ou seja, cerca de 70%, que aumenta para os 80% para os que têm o 12.º ano e para 88% para os que possuem habilitações académicas.

Um em cada cinco estudantes dos países da OCDE não atinge o nível mínimo de capacidades para se movimentar nas exigentes sociedades e há países com mais de 25% de alunos de 15 anos sem capacidades básicas de literacia. "É muito provável que os estudantes que nestas idades apresentam lacunas ao nível das capacidades básicas não concluam o ensino secundário e entrem no mercado de trabalho mal preparados ou, caso prossigam os estudos, tenham mais dificuldades do que os seus pares e precisem de apoios adicionais, incluindo ajuda económica", diz o relatório. 

A crise também atinge os mais novos e o relatório da OCDE dá nota que há 15 milhões de jovens desempregados, mais quatro milhões do que em 2007. Os que têm menos estudos têm mais dificuldades em conseguir um emprego. No território da OCDE, 17% dos jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos não têm trabalho. Em Espanha, por exemplo, mais de 40% não têm trabalho. Uma realidade que pode conduzir a um regresso à escola dos que querem aumentar as suas qualificações. "O investimento público na educação pode ser uma maneira de contrabalançar o desemprego e investir no crescimento económico futuro". 

Quanto às retenções, a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) defende que as escolas devem ter autonomia suficiente para definirem e aplicarem respostas diferenciadas, de forma a diminuir os níveis de chumbos verificados no relatório da OCDE. Albino Almeida, presidente da CONFAP, fez as contas. "Só no ano 2007/2008, reprovaram mais de 18 000 alunos, o que representa uma perda de 53,7 milhões de euros de impostos", adiantou à Lusa. "A retenção é uma das consequências da avaliação externa a que os alunos são submetidos", acrescentou. 

Nesse sentido, a CONFAP defende a frequência obrigatória de Estudo Acompanhado, uma diferenciação de percursos para os alunos, mais autonomia para a escolas, evitar retenções. "Acumular dificuldades leva a que 30% dos alunos cheguem ao 9.º ano com pelo menos uma retenção", referiu, acrescentando que "não é ser piegas pedir a diferenciação de percursos para os alunos". Porque nem todos aprendem da mesma maneira.


Sara Oliveira


Fonte: Educare
O relatório Equidade e Qualidade em Educação - Apoiar Estudantes e Escolas Desfavorecidas, elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), adianta que um em cada três alunos portugueses com 15 anos repetiu pelo menos um ano. Portugal é assim um dos países da OCDE com uma das taxas de retenção mais elevadas. França, Luxemburgo, Espanha e Bélgica acompanham o nosso país com mais de 30% dos estudantes na mesma situação. Percentagens elevadas para uma média de 13%. 

Retenções nas escolas significam gastos e no nosso país esse cenário traduz-se em custos diretos superiores a 12% no orçamento escolar. A Holanda é o único país da OCDE que supera Portugal nos custos com os alunos repetentes, com 15% - e tendo os mesmos 35% de estudantes com 15 anos que chumbaram pelo menos um ano. O relatório indica que os custos diretos da repetição de ano em Portugal, Bélgica, Holanda e Espanha "consomem mais de 8% do gasto anual na educação primária [1.º ciclo] e secundária". "Além disso, uma vez que os estudantes que repetem um ano são mais propensos a comportamentos de risco ou abandono escolar, a repetição aumenta os gastos noutros serviços sociais", acrescenta.

Saindo da OCDE, a taxa de reprovação sobe para os 40% no Brasil, onde os custos diretos no orçamento escolar rondam os 9%, e para os 44% em Macau. Não passar de ano tem repercussões nas verbas destinadas ao ensino em qualquer país. "Os custos financeiros da repetição de ano académico são bastante grandes, tanto individualmente como para a sociedade. Os custos diretos para os sistemas escolares são bastante elevados, uma vez que atrasam a educação e a entrada no mercado de trabalho", sublinha o relatório da OCDE.

Portugal está numa posição delicada quanto às repetências, numa altura em que a diminuição do recurso às reprovações é considerada uma medida fundamental para a qualidade da educação. "A retenção dos alunos no mesmo grau de ensino, na sequência de uma avaliação negativa, tem sido uma das principais ferramentas para responder ao fraco desempenho individual", refere-se no documento. As retenções acabam por ser encaradas pelos alunos como um castigo e não como uma oportunidade de melhorarem conhecimentos. E, por outro lado, há estudos que indicam que os benefícios dos chumbos não são tão significativos, até porque há uma desmotivação associada ao facto de trabalhar os mesmos programas pela segunda vez e ao adiamento da entrada no mercado de trabalho. 

O relatório da OCDE revela ainda que mais de 50% dos portugueses com idades entre os 25 e os 34 anos não concluíram o ensino secundário - quando a média ronda os 20%. A elevada percentagem de Portugal só é superada pela Turquia e pelo México com 62%. Do lado oposto, está a Coreia do Sul com apenas 3% dos adultos até aos 34 anos que não terminaram o ensino secundário. E quanto mais a taxa etária estica, mais Portugal fica em pior posição. Cerca de 70% da população portuguesa, dos 25 aos 64 anos, não terminou o 12.º ano de escolaridade, quando a média dos países da OCDE é de 30%. Mesmo assim, o nosso país apresenta uma das maiores taxas de empregabilidade das pessoas que não terminaram o secundário. Ou seja, cerca de 70%, que aumenta para os 80% para os que têm o 12.º ano e para 88% para os que possuem habilitações académicas.

Um em cada cinco estudantes dos países da OCDE não atinge o nível mínimo de capacidades para se movimentar nas exigentes sociedades e há países com mais de 25% de alunos de 15 anos sem capacidades básicas de literacia. "É muito provável que os estudantes que nestas idades apresentam lacunas ao nível das capacidades básicas não concluam o ensino secundário e entrem no mercado de trabalho mal preparados ou, caso prossigam os estudos, tenham mais dificuldades do que os seus pares e precisem de apoios adicionais, incluindo ajuda económica", diz o relatório. 

A crise também atinge os mais novos e o relatório da OCDE dá nota que há 15 milhões de jovens desempregados, mais quatro milhões do que em 2007. Os que têm menos estudos têm mais dificuldades em conseguir um emprego. No território da OCDE, 17% dos jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos não têm trabalho. Em Espanha, por exemplo, mais de 40% não têm trabalho. Uma realidade que pode conduzir a um regresso à escola dos que querem aumentar as suas qualificações. "O investimento público na educação pode ser uma maneira de contrabalançar o desemprego e investir no crescimento económico futuro". 

Quanto às retenções, a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) defende que as escolas devem ter autonomia suficiente para definirem e aplicarem respostas diferenciadas, de forma a diminuir os níveis de chumbos verificados no relatório da OCDE. Albino Almeida, presidente da CONFAP, fez as contas. "Só no ano 2007/2008, reprovaram mais de 18 000 alunos, o que representa uma perda de 53,7 milhões de euros de impostos", adiantou à Lusa. "A retenção é uma das consequências da avaliação externa a que os alunos são submetidos", acrescentou. 

Nesse sentido, a CONFAP defende a frequência obrigatória de Estudo Acompanhado, uma diferenciação de percursos para os alunos, mais autonomia para a escolas, evitar retenções. "Acumular dificuldades leva a que 30% dos alunos cheguem ao 9.º ano com pelo menos uma retenção", referiu, acrescentando que "não é ser piegas pedir a diferenciação de percursos para os alunos". Porque nem todos aprendem da mesma maneira.
Fonte: Educare

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Novos Desafios no Ensino do Português

Com organização de Madalena Teixeira, Inês Silva, Leonor Santos, a publicação Novos Desafios no Ensino do Português está disponível para leitura aqui. Sugiro a leitura do artigo "O Ensino do texto literário no 3º ciclo" que, em coautoria, apresentei na Escola Superior de Santarém a convite do Departamento de Línguas e Literaturas. Destaco ainda o texto "O sustentável desafio da escrita" a propósito dos NPPEB.

Ana Soares

Correntes d'Escritas 2012

Vai realizar-se entre 23 e 25 de fevereiro, na Póvoa de Varzim, a XIII edição do "Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica".

Estão confirmados para este evento cerca de meia centena de escritores, críticos, professores universitários, editores, tradutores e jornalistas, portugueses, africanos, brasileiros, espanhóis e de outros países da América Latina, que estarão na Póvoa durante três dias para um contacto mais direto com o público e para refletirem sobre a importância do que escrevem e sobre aquilo que é também o papel do escritor na sociedade e seu desenvolvimento e na relação entre a literatura e as outras artes, numa altura em que são cada vez maiores os desafios que se colocam ao Homem e em que a PALAVRA assume plena importância.

Para além disso, decorrerão outras iniciativas paralelas, como sejam, as sessões de autógrafos, sessões de poesia, lançamento de livros, teatro, cinema, para além de encontros de escritores com jovens estudantes dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário.

A participação é aberta ao público e gratuita.

Programa
Fonte: DREC

“Vai ver se estou online!”



Ligam-se à "net" por volta dos 9 anos. E, 85% das crianças e jovens usam a rede para fazer trabalhos pedidos na escola, revela um dos maiores estudos sobre a sua utilização da Internet. Comunicar nas redes sociais é uma atividade que ocupa 82% dos adolescentes com idades entre os 15 e os 16 anos. Os blogs são os novos diários, já menos secretos. Apesar disso, os utilizadores estão a ter mais cuidado com a informação que partilham.

"A rapidez com que crianças e jovens estão a ganhar acesso aos meios de comunicação online, convergentes, móveis e em rede, não tem precedentes na história da inovação tecnológica." A convicção escrita no relatório EU Kids Online sobre "Riscos e Segurança na Internet" confirma a ideia há muito debatida por quem estuda a educação para os media.

A forma como os mais novos estão a usar a Internet foi objeto de uma pesquisa inédita envolvendo 25 países da Europa. Os dados recolhidos em 2010 permitiram identificar as experiências no mundo digital de 25 142 utilizadores, com idades entre os 9 e os 16 anos. Das respostas ressalta um facto esperado. A Internet está a ser integrada na rotina diária das famílias europeias. Mas o seu uso faz-se a ritmos diferentes.

"Apesar da retórica sobre os nativos digitais, continuam a faltar recursos a muitas crianças para explorar suficientemente a Internet de modo a desenvolver as competências vitais", alertam os investigadores do London School of Economics and Political Sciense que coordenaram o estudo cofinanciado pela União Europeia.

Na "net" aos 9 anos
As crianças estão a usar a Internet cada vez mais cedo. Os 9 anos são a média europeia para o primeiro acesso. Apenas um senão: estar online antes de adquirir as competências adequadas, "pode por si só constituir um risco", alertam os responsáveis pelo EU Kids Online.

A tendência da entrada precoce no mundo virtual é confirmada pela comparação entre as faixas etárias. Os jovens de 15 e 16 anos revelam ter começado a navegar com 11 anos de idade. Enquanto as crianças de 9 e 10 anos, afirmam tê-lo feito aos sete.

Analisando cada país, e tendo em conta todas as idades, apenas a Dinamarca e a Suécia mantêm os sete anos como a idade do primeiro acesso à Internet. Abaixo da média europeia estão Portugal, Áustria, Alemanha, Chipre, Turquia, Itália e Grécia, onde a experiência se faz mais tarde, aos dez anos.

Relativamente à frequência com que acedem à Internet, 93% dos utilizadores entre os 9 e 16 anos está online pelo menos uma vez por semana (destes, 60% estão na "net" quase todos os dias). Uma minoria de 5% revelam estar online uma a duas vezes por mês e 2% afirmam estar menos que isso.

Apesar do acesso à Internet estar disseminado, as diferenças socioeconómicas das famílias determinam a qualidade da sua utilização. É de esperar que as crianças mais favorecidas possam, por exemplo, ligar-se mais vezes e em melhores condições: a partir do seu quarto usando dispositivos portáteis.

Em média, 67% das crianças de agregados elevados estão diariamente online. Em meios mais desfavorecidos, apenas 52% acedem à "net" com a mesma regularidade.

Mas usar a Internet mais cedo não significa gostar dos seus conteúdos. Os mais pequenos não estão satisfeitos com o que lhes é oferecido. A descoberta "constitui um convite à atenção dos decisores políticos", lê-se nas conclusões do estudo.

Em casa e na escola
Os pontos de acesso ao mundo online diversificam-se. Computador, telemóvel e outros dispositivos portáteis permitem a ligação em qualquer local e a toda a hora, impondo num ritmo que os pais nem sempre conseguem acompanhar.

No entanto, "é provável que o aumento do uso facilite a literacia digital e a aquisição de competências ao nível da segurança", dizem os investigadores.

A descoberta de que 87% das crianças e jovens navegam a partir de casa (49% do seu quarto, 38% de outra divisão) leva os investigadores a sugerir que "os pais estão na melhor posição para mediar a utilização da Internet".

A escola é o segundo lugar de acesso ao mundo digital para 63% dos inquiridos. "Os professores têm um papel importante a desempenhar no que toca à educação das crianças para o uso seguro e responsável da Internet", lê-se entre as conclusões deste estudo.

Mas existem ainda dois locais onde a maior parte das crianças também se conecta: a casa de amigos (53%) e de familiares (42%). Apesar do acesso à Internet a partir de lugares públicos ser menos comum, 12% dos inquiridos ainda o fazem em cibercafés e outros 12% em bibliotecas.

O acesso fora de casa e da escola leva os responsáveis pelo estudo a apontar alternativas à mediação parental. "Há um grupo mais vasto de adultos cujo potencial em termos de orientação e supervisão das crianças e jovens está pouco aproveitado - pais de amigos, outros parentes, bibliotecários, donos de ciber cafés", concluem.

Não só muda o espaço, mas também o meio através do qual o acesso é feito. O computador pessoal continua a ser o principal meio de acesso à Internet, mas as crianças europeias usam em média dois meios distintos para estar online. Cresce o uso de telemóveis e de outros dispositivos portáteis: 33% das crianças e dos jovens estão online usando o iPod, o iPhone ou o Blackberry.

Para fazer os TPC...
As atividades que as crianças e os jovens realizam quando estão online são variadas e "potencialmente benéficas", dizem os investigadores.

Dos 9 aos 16 anos, 85% dizem usar a Internet essencialmente para fazer trabalhos para a escola (TPC), 83% para jogar jogos sozinho ou contra o computador, 76% para assistir a videoclips, 62% para usar as redes sociais e para enviar mensagens instantâneas e 61% para trocar emails. Estas são as atividades mais populares.

Consultar a Internet para ler ou ver as notícias é outra das atividades realizada por 48% dos inquiridos. Jogar online com outros utilizadores (44%), fazer downloads de músicas ou filmes (44%) também são boas razões para ‘estar ligado'.

Menos são os utilizadores que publicam imagens (39%) ou mensagens na Internet para partilhar com os outros (31%), usam a webcam (31%), sites de partilha de ficheiros (16%) ou escrevem em blogs (11%).

Medir a literacia digital dos jovens na realização destas atividades foi outro dos objetivos deste estudo que procurou identificar algumas competências no uso da Internet.

A maioria dos jovens entre os 11 e os 16 anos afirma tanto saber bloquear um website (64%), como pessoas com quem não quer contactar (64%) e encontrar a informação sobre como usar a Internet de forma segura (63%).

Curiosamente, pouco mais de metade (56%) sabe comparar sites e avaliar a qualidade da informação que disponibilizam, apagar o seu histórico de navegação (52%) e bloquear mensagens classificadas como "lixo" ou publicidade (51%). Apenas 28% sabem como mudar o filtro nas suas preferências.

Alterar as definições de privacidade do seu perfil é tarefa fácil para 56% dos jovens entre os 11 e os 16 anos, o que contrasta com a percentagem de jovens que utiliza as redes sociais, notam os investigadores. Como se verá adiante.

Somando todas estas competências, entre os mais dotados figuram as crianças e jovens da Finlândia, Eslovénia, Holanda e Estónia. Menos capacidades no uso da Internet mostram os utilizadores na Turquia, Itália, Roménia e Hungria.

... e comunicar...
Ainda que o Facebook se tenha tornado na mais popular, existe uma grande diversidade de redes sociais. Os adolescentes são os maiores entusiastas no seu uso: 82% na faixa dos 15 e 16 anos e 73% entre os 13 e os 14 anos.

O interesse por este tipo de aplicações cresce com a idade. Entre os 9 e os 10 anos, 26% das crianças afirmam ter um perfil, já entre os 11 e os 12 anos esse número sobe aos 49%. A popularidade varia também entre países: Holanda (80%), Lituânia (76%), Dinamarca (75%) reúnem o maior número de utilizadores nas faixas etárias inquiridas, menor na Roménia (46%), Turquia (49%) e Alemanha (51%).

O estudo mostra ainda que as crianças se preocupam em manter em privado alguma informação. Os investigadores acreditam que os pais estão a ter o cuidado de alterar as definições do perfil dos seus filhos já que muitos admitem não saber como o fazer. Razão pela qual os autores do estudo argumentam sobre a necessidade de dotar os mais novos de competências digitais.

Mas o perigo de ter um perfil público depende da informação publicada e do número de contactos, alertam os investigadores. Dos 59% de crianças e jovens europeus com um perfil numa rede social, 43% garantem mantê-lo em privado. Ou seja: visível apenas aos amigos. Sendo que 28% estendem a permissão aos contactos dos seus amigos. E 26% têm um perfil público, visível a qualquer utilizador do serviço.

Quanto ao número de contactos na rede social: 20% das crianças e jovens têm entre 100 e 300 ‘amigos' conectados a si, 50% têm menos de 50 e apenas 20% não chegam aos dez.
Grécia (20%), Portugal (14%) e Reino Unido (16%) apresentam as maiores percentagens de crianças e jovens com mais de 300 ‘amigos'. Com menos de dez contactos estão a Roménia (63%), Bulgária (52%), Chipre (44%) Alemanha (35%), Finlândia e Estónia (29%).

Apesar dos alertas, é entre os adolescentes que prevalece a maior percentagem de perfis públicos. Hungria (55%), Turquia (46%) e Roménia (44%) são os países com mais jovens a partilhar tudo com todos. Pelo contrário, menos de um quinto dos jovens admite fazê-lo no Reino Unido (11%), Irlanda (12%) e Espanha (14%).

Ainda assim um dado sobressai: sobretudo as crianças parecem estar a aprender que não é prudente publicar a sua morada ou número de telefone. Apenas 14% admitem publicar este tipo de informações, embora na Lituânia a média suba para os 35% e na Hungria para os 31%.

Em Portugal, o uso de redes socais cativa 59% de utilizadores entre os 9 e os 16 anos. E 25% têm um perfil que permite partilhar tudo com todos. O tipo de informação revelada pode constituir algum perigo, dizem os investigadores. Em 7% dos inquiridos, os perfis revelam a morada ou telefone, em 25% apresentam a idade falseada.

Mentir sobre a data de nascimento é frequente entre as crianças, que assim conseguem contornar restrições etárias de acesso às redes. Uma em cada seis publicou uma idade superior à sua. A prática é mais comum na Espanha (27%), na Dinamarca (25%), na Irlanda (24%) e no Chipre (23%).

Por último, os investigadores verificaram que todas as crianças incluíram no seu perfil pelo menos 2,8% de um somatório de dados reveladores da sua identidade: fotos do rosto, apelido, morada, número de telefone, a escola e a idade correta. As crianças portuguesas são as que menos dados identificativos publicam (2,1%); no lado oposto estão as húngaras (3,5%).

Responsabilidades
A responsabilidade sobre o tipo de informação requerida pelas redes recai sobre os seus criadores, alertam os investigadores: "Claramente, é preciso conseguir um equilíbrio entre o design dos sites, em particular dos usados por crianças, no que toca às suas definições e ao aconselhamento e alerta sobre o que publicar."

Mas os recados estendem-se também a pais, educadores e decisores políticos. "Os riscos surgem quando as crianças conquistam o acesso sem infraestruturas de consciencialização, de compreensão parental, regulação e segurança", lê-se no relatório.

E, mesmo que "as evidências encontradas não suportem a tese de que a Internet constitui um perigo para todas as crianças", os autores asseguram que "há espaço para a preocupação e a intervenção".

Por isso, o apelo final é dirigido aos decisores políticos. "Resta seguir duas estratégias de promoção: da contribuição dos educadores para ensinar literacia digital, e competências de autoproteção, às crianças e do papel autorregulador ou corregulador na gestão das tecnologias e serviços online".
Andreia Lobo
Fonte: Educare

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Manual de boas práticas para ajudar alunos com insucesso escolar

"Jovens de Futuro” é o título de novo manual destinado a divulgar as boas práticas que podem ajudar crianças e adolescentes com problemas de insucesso escolar associados ao contexto socioeconómico em que vivem.

O livro espelha o trabalho desenvolvido, desde 2008, em 10 concelhos pelos Empresários pela Inclusão Social (EPIS), que têm apoiado milhares de crianças e adolescentes no percurso escolar.

Agora, a EPIS defende a criação de uma plataforma electrónica nacional que sinalize os casos de risco e as taxas de resolução.

Ao fim de três anos no terreno, os empresários constataram que o sistema existente funciona "muito em roda livre", com falta de articulação entre as diferentes entidades envolvidas, e manifestam-se disponíveis para colaborar com o Governo na criação de uma rede de reencaminhamento de jovens com problemas de insucesso escolar, associados ao contexto socioeconómico em que vivem.

"O nosso grande objectivo é que essa experiência possa ser transformada num sistema ou numa base de dados ou site, a nível nacional, porque existe muita falta de informação centralizada destes casos e destes factores de risco", declarou.

"Sobretudo, não há um sistema que permita formas de acompanhamento e controlo, de avaliação destes casos, que são graves, a nível nacional, sustentou o coautor do livro.

Para Diogo Simões Pereira, existe uma entidade - a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens - que "poderia ter eventualmente um sistema informático que ajudasse, por um lado, a comunicação da sinalização a ser mais rápida", mas depois haver controlo das taxas de resolução.

"Gostaríamos muito de poder participar num projecto dessa natureza e a EPIS estaria também disponível para investir e para apoiar o Estado", avançou.

Rede de mediadores para o sucesso escolar

A EPIS tem já a experiência de uma rede de mediadores para o sucesso escolar, constituída por 40 elementos, que trabalham a tempo inteiro nas escolas com alunos de risco previamente identificados, sobretudo no 3.º Ciclo, quando se verifica o maior perigo de retenção e abandono escolar.

"Trabalhamos com os jovens para melhorarem e medimos as notas todos os períodos", explicou, acrescentando que são envolvidos neste processo os parceiros locais.

No livro, com prefácio do ex-ministro da Educação David Justino, são incluídos dados estatísticos sobre a escolaridade em Portugal e casos reais de alunos abrangidos pelo projecto.

Entre 2007 e 2010, o projecto passou por 88 escolas e cerca de 30.000 alunos.

De acordo com David Justino, a criação da EPIS foi, em 2006, "uma das mais marcantes respostas ao desafio lançado pelo presidente da República visando um compromisso dos portugueses para a inclusão social".

Além de Diogo Pereira, assinam o livro Paulo Nossa, José Manuel Canavarro, Rita Vaz Pinto e Luísa Mantas.

Os autores consideram que, perante a detecção de cenários de elevado absentismo escolar, os mecanismos colocados ao dispor da escola são "morosos e de reduzida eficácia".
Fonte: Aula Magna

Faculdade de Letras de Lisboa sem posição sobre o acordo ortográfico

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) não tem uma política de ortografia e, por enquanto, não assumirá uma posição em relação ao Acordo Ortográfico. Há quem seja a favor e quem seja contra, mas a reitoria diz que o assunto ainda não foi discutido. 

“A Faculdade de Letras de Lisboa não tem uma política de ortografia, não tomou posição política sobre a questão do acordo. Neste momento nem impede, nem se opõe a que qualquer pessoa na faculdade, seja docente, não docente ou aluno escreva com a grafia que entender”, disse ao PÚBLICO o director da Faculdade de Letras, António Feijó.

A afirmação é feita depois de as rádios Media Capital terem noticiado que esta faculdade estaria a admitir não implementar o acordo, no seguimento da decisão de Vasco Graça Moura de ordenar no Centro Cultural de Belém que fossem desinstalados de todos os computadores os conversores ortográficos que adaptam os textos escritos na ortografia anterior às normas do acordo.

O site da Faculdade de Letras de Lisboa está com a grafia antiga, como sempre esteve e não será alterado. “Se alterássemos estaríamos a ter uma posição política de ortografia e por isso vamos mantê-lo”, diz Feijó, alertando que, em termos de imperativos legais, o acordo não está completamente em vigor. “Eventualmente, a faculdade poderá vir a ter que tomar uma decisão, mas eu não antecipo quando será”. 

Embora, pessoalmente, o académico António Feijó pense que a decisão da sua faculdade “está certa” ao não ter uma política de ortografia, não deixa de ter “toda a simpatia por aquilo que fez Vasco Graça Moura”.

Mesmo que a FLUL tivesse tomado uma posição, a instituição não é independente da Universidade de Lisboa (UL), e por isso precisaria sempre da autorização superior da reitoria.

Ao PÚBLICO, o vice-reitor da Universidade de Lisboa, Vasconcelos Tavares, explicou que a aplicação ou não do acordo ortográfico ainda não foi discutida. “A UL está a cumprir o que foi determinado. Estamos a seguir o acordo nos documentos oficiais, tal como disseram que teria de ser feito a partir de Janeiro”, afirmou Vasconcelos Tavares, lembrando que a data prevista da aplicação generalizada do acordo é 2014 e por isso “falta ainda bastante tempo”. “É evidente que a Universidade de Lisboa tem um papel primordial, mas neste momento não temos uma posição. É um problema que terá de ser debatido, mas também não há pressão nenhuma”.

Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) o acordo ortográfico está a ser aplicado desde o início deste ano lectivo, por decisão da reitoria, que solicitou a todas as faculdades dependentes de si que o adoptassem. No entanto, para Rosa Maria Martelo, professora associada da FLUP, a aplicação desta medida levanta alguns problemas, uma vez que, na sua opinião, o acordo “não é bem realizado”. 

“É razoável que se faça uma reflexão. Quer as pessoas que são contra ou a favor têm consciência de que o acordo tem problemas e houve uma precipitação na homologação da lei”, disse ao PÚBLICO a doutorada em Literatura Portuguesa, explicando que “o acordo é extremamente problemático para Portugal e para a ortografia portuguesa, sobretudo tendo em conta as características da língua como falamos na Europa”. 

Por seu lado, José Esteves Rei, professor do Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e que esteve envolvido na primeira versão da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEB), apela ao bom senso, defendendo que a aplicação do acordo visa a padronização da língua e a aproximação das comunidades de língua portuguesa.

“A língua portuguesa não é uma língua morta, pelo contrário, está sempre em evolução. Tem de se adaptar e procurar novas linhas”, disse o professor, explicando que na UTAD o acordo já foi adoptado em 2011 e não gerou qualquer problema. “É um esforço que se pede a todos. Quando há muito tempo, por exemplo, a palavra ‘pharmacia’ evoluiu para farmácia, foi exigido um esforço de compreensão que não imaginamos. Se calhar daqui a 20 anos já estamos a rever novamente o acordo”, considera. 

António Emiliano, linguista, professor da Universidade Nova de Lisboa que estudou na Faculdade de Letras e é autor de “Apologia do Desacordo Ortográfico: Textos de Intervenção em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico de 1990” (Verbo/Babel) reafirma ao PÚBLICO que o Acordo Ortográfico “não está em vigor porque ainda não está ratificado por todos os signatários”. A lei que está em vigor é a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945.Pessoalmente, António Emiliano, acha que as universidades idealmente não deveriam ter de se pronunciar sobre reformas ortográficas em termos de aplicação ou de não aplicação. Na Universidade Nova de Lisboa, onde trabalha, não conhece nenhuma posição nem contra nem a favor. Considera que as decisões das universidades do Porto e de Trás-os-Montes são “condenáveis” do ponto de vista académico.

Por sua vez, o professor Malaca Casteleiro, jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, não vê razões para a faculdade não adoptar o novo acordo ortográfico quando ele já está em vigor nas instituições públicas e foi adoptado nas instituições de ensino. Lembra que 1986 houve uma certa oposição de alguns membros da área linguística daquela faculdade, mas, por outro lado, também houve um grande apoio. “Até porque da Faculdade de Letras fizeram parte da comissão que se ocupou do acordo ortográfico, eu próprio, o professor Lindley Cintra, a professora Maria de Lourdes Belchior e Fernando Cristóvão.” 

Na sua opinião, esta é uma questão política. “O Estado português, como Estado que é, tem de assumir as suas posições, independente das mudanças de Governo”.
Fonte: Público